Outras Vidas
Viajar, para mim, é poder viver outras vidas. Não se trata de conhecer pontos turísticos, mas de viver uma experiência criativa num lugar diferente.
Me encontrar num flat em Prezlauer Berg e imaginar como seria a vida de uma mulher que mora naquele bairro. Quanto silêncio.
Caminhar sozinha num sábado à noite por ruas nunca caminhadas e, ainda assim, não sentir medo.
Andar sem saber o destino e ir, aos poucos, descobrindo as ruas, os restaurantes, os cheiros.
Encontrar apenas um restaurante tailandês aberto, pegar uma autêntica Becks e fazer um pedido que nem sabia o que era porque o cardápio estava em alemão e o moço não falava inglês.
Observar o casal na mesa ao lado se divertindo e, mesmo sem entender o porquê, se contagiar com a risada dos dois.
Voltar caminhando para “casa” com a boca ardendo de pimenta e com o saudoso gosto de caminhar pelo desconhecido.