Novo Normal
Estamos vivendo o que se diz ser o novo normal: dúvidas, incertezas, medo. Um constante encarar de espaços. Meu eu recém resgatado não soube lidar com os primeiros sinais de mudança. Passou a operar em antigos modos. Sorte conseguir ler os sinais da minha alma gritando para sair.
Não, não é uma tentativa de romancear uma situação preocupante e profundamente didática no que se refere aos abismos sociais. Falo do que sinto. Numa tentativa de dizer que enquanto o mundo lá fora me falta, aqui dentro me abasteço de sutilezas e hiatos.
Me descubro em cada canto dessa habitação e, ao mesmo tempo, acho terrenos inexplorados. Em quarenta dias percebi que adoro pão de queijo quentinho saindo do forno, ler um livro perto da janela num domingo, uma casa iluminada exclusivamente à meia luz e velas. O tempo levou o que foi preciso e veio me contar que tá tudo bem, agora posso relaxar. É que… sabe? Ainda tô me acostumando com a ideia de que vivo meu novo normal: gostar de quem sou.