I need beauty

“Ok…I am going to Paris. I need beauty.”, me conta ele em seu inglês improvisado. Fico consternada com o peso sutil daquela afirmação aparentemente tão simples. Pergunto quando. “Now”

Me questiono se ha motivação mais nobre para se fazer um movimento que a pura e simples busca pela beleza. Não julgamos aqueles que buscam a estabilidade ou a segurança. Mas aqueles que precisam se cercar da beleza? Ah, estes são irreparáveis. Sonhadores. Vagabundos. Vieram ao mundo a passeio. Ripongos. Kumbayás. Miçangueiros. E, se tiver um pouco de sorte, artistas (com tom pejorativo, claro).

De todas as rebeldias que valem a pena serem vividas, a autenticidade me parece a mais cara. Paga-se em julgamento, isolamento, solidão, dúvidas, desacertos. A conta vem, isso é certo. Mas, no final do dia, ao encostar a cabeça no travesseiro, ou no banco do ônibus, ou na mochila, ou em qualquer outra superfície que sirva de repouso: a recompensa vem em um formato apenas, mais me parece valer mais que todos os outros: o reconhecer-se na própria vida.