farejando os fatos

icanthelpbutwonder
3 min readMar 7, 2023

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Campos, 07 de março de 2023.

A intuição me levou ao conto de Baba Yaga e Vasalisa.

Criar o melhor relacionamento possível com as piores partes de si mesma.

O material da sombra pode ser muito positivo, já que muitas vezes os talentos da mulher são também empurrados para as trevas.

Como Vasalisa podemos tentar ser gentis quando devíamos ser espertas.

Fortalecemos nossos laços com nossa natureza intuitiva quando prestamos atenção à voz interior a cada curva da estrada. Devo ir para esse lado ou para o outro? Devo ficar ou partir? Devo resistir ou ser flexível? Devo fugir disso ou correr na sua direção? Essa pessoa, esse acontecimento, essa empreitada, é verdadeira ou falsa?

Vasalisa começou com o que poderíamos chamar de personalidade normal nivelada. É exatamente esse excesso de normalidade que vai nos contaminando até que tenhamos uma vida rotineira e sem vida, sem que fosse isso o que realmente pretendêssemos. Essa situação estimula a negligência para com a intuição que, por sua vez, produz a falta de luz na psiquê. — SIM! É justamente qd sinto que minha vida caiu num excesso de rotina e normalidade que começo a ansiar pelo que me tire do caminho. E, se eu não ficar atenta, isso vem na forma de barba azul ou sapatinhos vermelhos. Justamente pq minha intuição está enfraquecida.

Precisamos, então, fazer alguma coisa; precisamos sair pela mata adentro, ir procurar a mulher apavorante, se não um dia, qd estivermos andando cabisbaixas pela rua, uma tampa de esgoto pdoe sr abrir de repente e nós seremos agarradas por algum ser inconsciente que nos jogará de um lado para o outro como um trapo.

Ou seja, preciso é farejar meus medos e ir atrás deles. E não buscar antigas confusões das quais já conheço o enredo.

Ser forte não significa desenvolver os músculos e exercitá-los. Significa, sim, encontrar nossa propria numinosidade sem fugir, convivendo ativamente com a natureza selvagem ao nosso próprio modo.

A Yaga precisa ser alimentada. E vai haver um barulho dos diabos se ela sentir fome.

É o cozimento de novas coisas, novos rumos, da dedicação à nossa arte e ao nosso trabalho que alimenta a alma selvagem permanentemente.

Se a Yaga for fiel a si mesma, ela não gostará de estar próxima demais, por muito tempo, do lado submisso e recatado da natureza feminina.

Estou com fome de quê?

Do que sinto falta?

O que desejo agora?

Isso está no bufê?

Provavelmente não.

Teremos de ir à sua procura por algum tempo, às vezes por muito tempo.

Escolher só porque algo apetitoso está à sua frente não irá satisfazer nunca a fome do Self da alma.

Se lhe for apresentada a oportunidade de comprar uma bicicleta ou de fazer uma viagem ao Egito para conhecer as pirâmides, você deve colocar a oportunidade de lado por um instante, mergulhar em si mesma e perguntar:

“Estou com fome de quê?”

Do que estou sentindo falta?

Talvez esteja querendo uma moto ao invés de uma bicicleta.

Talvez eu esteja desejando visitar minha vó, de idade avançada.

Às vezes a questão a ser avaliada é a escolha entre dar um passeio e escrever um poema.

Seja a aquestão séria, seja ela banal, a ideia é consultar o self institintivo.

A intuição fornece opções. Qd estamos ligadas ao Self instintivo, sempre temos pelo menos quatro escolhas…as duas que se opõem, a intermediária e aquela a que se chega “após uma contemplação mais profunda.”

Espontaneidade segura.

Como adultas, precisamos muito pouco de licença, mas, sim, de maior criação, de maior estímulo dos ciclos selvagens.

Deixar morrer é o tema final da história.

Para a maioria das mulheres, deixar morrer não é contra sua natureza, é contra sua criação.

Isso pode ser modificado.

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