Espera

Trilha sem pegadas. Folha em branco. Terra aguardando a semente. Peças soltas de um quebra-cabeça. Metáforas que me encontram quando me deparo com o novo que tanto desejei e temi. Conheço a fuga para qual meu corpo apela. Os intintos primitivos já são meus velhos conhecidos. Invejo a critividade que minha mente tem por procurar desculpas. Nesse momento não considero possibilidade de resultados. Apenas o medo que, na maior parte das vezes, é um desejo por atalhos e uma falta de disposição para encarar o curso da jornada.

Procuro por um botão que me leve ao outro lado ou um macete para passar de fase. Conheço essa sensação. Não quero encarar o que meu íntimo já sabe e me diz há algum tempo. E é aí que me recordo que nesse buraco eu já caí. Dou um tropeço, mas consigo me esquivar da tentação de repetir o conhecido. Vejo que me joelho está ralado. Arde. Sangra. Dá vontade de parar e ficar sentada sentindo pena da mim. Pobre. O caminho não perdoa. Ele machuca mesmo. Na maior parte das vezes para me trazer de volta das distrações. O caminho quer que eu siga por ele. Ele me espera. Não dá a mínima se estou machucada ou não. Ele me espera.