Copacabana, 11 de julho de 2021.
Tenho hábito de andar sem rumo quando algo me incomoda do lado de fora e eu sei que a resposta tá do lado de dentro. Nem penso muito, só sei quando preciso colocar o tênis e sair por aí.
Há pouco tempo, um mês ou talvez dois — já não sei se minha precisão cronológica está confiável — fui caminhar na praia a tardinha. Estava distraída em meus pensamentos e entretida catando resíduos que encontrava pela areia. Como se estivesse ali o tempo todo e da forma como os personagens de um filme do Woody Allen aparecem — do nada –uma voz masculina me perguntou algo em inglês. Eu que tava em Nárnia, demorei um tempo para entender que ele estava puxando assunto, dizendo que eu era uma pessoa consciente por estar retirando o lixo da praia. Respondi a ele (após um breve preâmbulo dizendo que não conversava com pessoas sem máscara rs) que nem tanto, só tava fazendo o que dava pra fazer naquele momento. Sei que daí partirmos por conversas das mais banais às mais profundas em questões de minutos.. Ele me contou que era sírio/holandes e estava no Brasil para tirar umas férias do Corona (insira seu julgamento aqui).
Estávamos super entretidos em nossa conversa quando, uma terceira pessoa, uma mulher, nos aborda falando em inglês também. Ela era polonesa, queria entrar no mar, mas estava com medo de deixar as coisas sozinhas na areia. Disse que nos ouviu falar inglês e, por isso, resolveu se aproximar. E me vi ali. Numa quinta-feira comum, na beira do mar, conversando com pessoas de diferentes lugares do mundo. E eu só havia saído de casa para espairecer e catar lixo! (kkk)
Voltei pra casa muito preenchida e com algumas respostas. E, acima de tudo, muito saudosa da mágica que é um encontro inesperado e, melhor ainda, na vida offline.
ps: Essa foto é de outro dia. De outro encontro. Comigo mesma.